nas tuas mãos, um cordel,
com que me prendes a ti
pintas-me o mundo a pincel
em cores que falam por si.
meu amor, estamos sós,
e atamos nós entre nós.
e às vezes puxamos tanto
que o cordel chega a partir,
torna-se o sonho num pranto
vemos o mundo ruir.
e assim, chegamos à foz,
quebram-se os nós entre nós.
mas nosso amor reacende,
e queremos voltar atrás,
por vezes o que nos prende,
em segredo nos desfaz.
e é esse cordel atroz
que quebra os nós entre nós.
tens os olhos a brilhar
e sussurras-me ao ouvido,
dás-me a mão e, sem falar,
dizes coisas sem sentido.
meu amor, a tua voz,
reata os nós entre nós.
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